Horizonte de desafios
Associações costumam fazer planejamentos estratégicos, sejam anuais ou prevendo os próximos cinco anos. Porém, isso geralmente ocorre de forma muito restrita, pensando apenas em pequenos ajustes, agendando reuniões e reorganizando as categorias de membros. Para prosperar neste futuro incerto, é necessário pensar de forma mais ampla. Os norte-americanos saem na frente quando se trata de antecipar tendências. Terra fértil para o desenvolvimento do associativismo, os Estados Unidos têm hoje mais de 66 mil associações comerciais e profissionais, conforme o The Center for Association Leadership.
Estudos apontam o que o movimento deve fazer para se manter em alta no futuro. As perspectivas recorrentes são transformação digital, novos jeitos de arrecadar recursos e identificação das necessidades dos membros para prestar serviços diferenciados. Antes de aplicar essas tendências, o Brasil terá que superar outra dificuldade que já foi vencida nos EUA: aumentar a cultura do associativismo. Não só atrair novos membros e as gerações mais jovens, mas também envolver e manter quem já está dentro da entidade. “Quando precisávamos de mobilização para alcançar avanços, não era fácil chamar as pessoas. Não vinham.
Hoje melhorou muito, mas ainda está distante”, conta a presidente da FloripAmanhã. Apesar deste desafio, para o presidente do Conselho de Gestão da Escola de Associativismo, Sérgio Rogério de Castro, o movimento tende a crescer. Ele acredita que as associações vão ganhar importância maior no ambiente político, auxiliando parlamentares a tomarem decisões certeiras para a comunidade. “As entidades vão ajudar os eleitos a cumprir melhor seus mandatos e promover o bem-estar social. Outra movimentação que deve acontecer é a junção de associações ou a realização de projetos em conjunto”, considera.
Uma escola para aprender a crescer
Colocar as tendências em prática pode não ser tarefa fácil para muitas associações. Pensando nisso, em 2015 um grupo de entusiastas e especialistas no movimento formou a Escola de Associativismo. Por meio de cursos, palestras e conteúdo on-line, tudo gratuito, a instituição oferece conhecimento para que entidades aumentem o engajamento dos membros e melhorem os serviços prestados. O objetivo da escola é a profissionalização das associações. Segundo Castro, no Brasil o número de entidades profissionalizadas, com presidentes remunerados, por exemplo, não chega a 1%. Nos EUA, ultrapassa OS 80%. Existem até associações formadas apenas por dirigentes de outras associações. “Queremos conscientizar sobre a importância desse movimento. As associações são escolas de cidadania e vão melhorar o mundo”, completa Castro.
Fonte: Jornal ND Florianópolis/SC